Fúria Sobre Rodas

abril 20, 2011 at 10:52 pm 16 comentários

Não temos um ano cinematográfico de verdade, se não encontramos um filme trash em que Nicolas Cage aparece atuando de uma forma completamente robótica – fato que tem se tornado um elemento constante em sua carreira nos últimos anos. Em 2011, ele está se esforçando ao máximo para isso. Se não deu certo em “Caça às Bruxas” (o filme não é tão ruim quanto a gente pensava e Cage nem compromete muito…), ele conseguiu o que queria com “Fúria Sobre Rodas”, do diretor Patrick Lussier.

Na obra, Cage interpreta um personagem que é uma variação de muitos tipos que ele também tem interpretado nos últimos anos. Milton sai da prisão para executar uma última missão: vingar a morte de sua filha e tentar salvar a sua neta de ser sacrificada pelo líder (Billy Burke) de um grupo de magia negra. Nessa jornada de três dias, ele acaba ganhando a companhia de duas figuras bastante inusitadas: uma jovem (Amber Heard) que sabe se defender como ninguém e o Contador (William Fichtner), que trabalha diretamente com o demônio em si.

Até esta obra, o diretor Patrick Lussier só havia trabalhado no gênero de suspense/terror. “Fúria Sobre Rodas” acaba sendo uma experiência diferente para ele no sentido de que não tem o objetivo de fazer você ficar assustado. O filme também não está aí para lhe divertir. A obra, na realidade, vai é chocar os olhares um pouco familiarizados com elementos da linguagem cinematográfica. Talvez, até mesmo sabendo do caráter trash de sua obra, o diretor tenha colocado um tom over na apresentação da trama, acentuando desde as atuações dos atores até à concepção completamente artificial e mal feita dos efeitos especiais.

Quanto a Nicolas Cage, não sei se ele tem consciência de que essa sua persona recente, nos filmes, já virou motivos para piadas. Não sei se ele se diverte fazendo esse tipo de filme. Nem sei se ele realmente aceita pagar esses micos porque está falido. Mas, há que se elogiar o senso de humor dele, a capacidade dele rir de si próprio e o profissionalismo dele em divulgar seus trabalhos como se eles fossem lhe render um novo Oscar de Melhor Ator. Em 2011, ele ainda vai dar as caras no cinema por mais duas vezes: uma num filme de Roger Donaldson (pode ser promissor) e a segunda numa obra de Joel Schumacher (MEDO!). Continue tentando, Nic.

Cotação: 2,0

Fúria Sobre Rodas (Drive Angry, 2011)
Direção: Patrick Lussier
Roteiro: Todd Farmer e Patrick Lussier
Elenco: Nicolas Cage, Amber Heard, William Fichtner, Billy Burke, David Morse, Todd Farmer, Jack McGee

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16 Comentários Add your own

  • 1. Mayara Bastos  |  abril 20, 2011 às 11:38 pm

    Já desisti do Nic. Falido e com problemas na justiça também. Tadinho! rsrsrs. Disse tudo no último parágrafo do texto. rsrsrs

    Beijos! 😉

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    • 2. Kamila  |  abril 20, 2011 às 11:51 pm

      Mayara, eu não desisti dele ainda, porque ele é imprevisível. Faz esses filmes bombas, mas, de repente, vem com uma atuação a la “Adaptação”… rsrsrs Beijos e Feliz Páscoa!

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  • 3. Amanda Aouad  |  abril 21, 2011 às 1:46 am

    Tive que tirar totalmente a noção de ridículo e não levar a sério esse filme para não sair no meio. De tão tosco acaba sendo interessante, engraçado até, e Cage acaba se enquadrando perfeitamente nessa atmosfera Trash. Aquela cena do motel mesmo, é surreal, não pode ser levada a sério.

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    • 4. Kamila  |  abril 21, 2011 às 3:41 am

      Amanda, realmente, a gente não tem que levar a sério uma obra como essa. Você foi perfeita ao dizer que “de tão tosco acaba sendo interessante, engraçado até”. O Cage realmente incorporou a atmosfera trash, que permeia o filme inteiro.

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  • 5. Reinaldo Matheus Glioche  |  abril 21, 2011 às 12:53 pm

    rsrs. É puro senso de humor Ka. Eu, particularmente, adoro ver Cage nesses termos. Desconfio que muita gente. A piada ainda não ficou velha…
    Bjs

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  • 6. Pedro  |  abril 21, 2011 às 7:51 pm

    “Não temos um ano cinematográfico de verdade, se não encontramos um filme trash em que Nicolas Cage aparece atuando de uma forma completamente robótica”. Muito bom, Kamila!!

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  • 7. cleber eldridge  |  abril 21, 2011 às 10:01 pm

    Eu imagino como deve ser ruim esse filme.

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    • 8. Kamila  |  abril 24, 2011 às 8:43 pm

      Reinaldo, verdade. Puro senso de humor! rsrsrsrs A piada não envelhece mesmo! rsrsrsrs Beijos!

      Pedro, obrigada!

      Cleber, é ruim, mas é aquele trash bom!

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  • 9. Alan Raspante  |  abril 22, 2011 às 11:55 pm

    Só esperando a estreia…. em DVD 😀

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  • 10. Gabriel Neves  |  abril 23, 2011 às 1:19 pm

    Assim como o primeiro comentário, eu também já desisti do Nicolas Cage. Pra mim, ele é igual Jim Carrey, aparece em duas ou três atuações boas numa vasta carreira de filmes péssimos. Uma pena, mas vou passar bem longe desse Fúria Sobre Rodas.
    Abraços.

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  • 11. Kleber Godoy  |  abril 24, 2011 às 2:57 am

    Oi,

    Gostei muito da postagem!!

    Abraços…

    Kleber

    Responder
    • 12. Kamila  |  abril 24, 2011 às 8:44 pm

      Raspante, rsrsrsrrs

      Gabriel, eu acho que a comparação do Cage com Jim Carrey chega a ser até injusta…. Abraços!

      Kleber, obrigada! Abraços!

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  • 13. Wally  |  abril 25, 2011 às 1:14 am

    Esse Lussier é um diretor absolutamente medíocre (Luzes do Além e Dia dos Namorados Macabro são horríveis), então espero algo bem nesta (falta de) qualidade mesmo. E Cage não aprende, nem depois de Herzog.

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  • 14. Flávio  |  abril 25, 2011 às 12:19 pm

    Oi Kamila, daqui a pouco ele vai para a TV interpretar um tipo canastra simpático como o Charles Cheen em Two and Half men.

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    • 15. Kamila  |  abril 25, 2011 às 11:16 pm

      Wally, realmente, ele é um diretor totalmente medíocre. Cage não vai aprender nunca.

      Flávio, será?? DUVIDO! Só se a situação financeira ficar insustentável mesmo! rsrsrs

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  • 16. Os Piores Filmes de 2011 « Cinéfila por Natureza  |  dezembro 27, 2011 às 12:39 am

    […] Até esta obra, o diretor Patrick Lussier só havia trabalhado no gênero de suspense/terror. “Fúria Sobre Rodas” acaba sendo uma experiência diferente para ele no sentido de que não tem o objetivo de fazer você ficar assustado. O filme também não está aí para lhe divertir. A obra, na realidade, vai é chocar os olhares um pouco familiarizados com elementos da linguagem cinematográfica. Talvez, até mesmo sabendo do caráter trash de sua obra, o diretor tenha colocado um tom over na apresentação da trama, acentuando desde as atuações dos atores até à concepção completamente artificial e mal feita dos efeitos especiais. (Crítica publicada em 20 de Abril de 2011) […]

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Kamila tem 29 anos, é cinéfila, leitora voraz, escuta muita música e é vidrada em seriados de TV, além de shows de premiações.

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