Cena da Semana*

janeiro 23, 2011 at 7:33 pm 10 comentários

*Atenção aos Spoilers

(O Final de Tarde Demais Para Esquecer [1957] – diretor: Leo McCarey)

Teve uma coisa que eu não entendi no filme “Tarde Demais Para Esquecer”, de Leo McCarey. Se Nickie Ferrante (Cary Grant) era um playboy de fama internacional, cujo casamento com uma riquíssima herdeira (Neva Patterson) foi noticiado em todas as partes do mundo; como que o caso dele com Terry McKay (Deborah Kerr), num cruzeiro, não chegou ao conhecimento de ninguém, mesmo eles tendo sido vistos e fotografados juntos o tempo inteiro enquanto a viagem durou?

Tirando isso, “Tarde Demais Para Esquecer” se apoia até numa interessante premissa: Nickie e Terry, quando se conhecem no cruzeiro, estão comprometidos com outras pessoas que, obviamente, ali não estavam. Como dizem que amores de verão são passageiros, os dois combinam o seguinte quando se separam e voltam às suas vidas – e parceiros – normais: se, daqui a seis meses, os dois ainda sentirem a mesma coisa um pelo outro, eles irão se encontrar no topo do Empire State Building, um dos pontos turísticos mais famosos da cidade de Nova York. A partir deste momento, o ponto principal do filme acaba sendo o retrato das inúmeras dificuldades que tornam este reencontro quase impossível de acontecer.

Em 1958, “Tarde Demais Para Esquecer” foi indicado a quatro Oscars: Fotografia, Figurino, Canção Original e Trilha Sonora. Infelizmente, a melhor parte do filme nem foi lembrada: a performance de Deborah Kerr como Terry. Ela faz muito bem o retrato de uma mulher entusiasmada por uma paixão e, depois, frustrada pela possibilidade de não vivê-la. Também é dela algumas das cenas mais bonitas do filme: todas elas, digam-se de passagem, envolvendo as fofas crianças de um coral infantil para o qual ela dá aulas. Mas, dizem que o grande momento dela – e de Cary Grant – é esse aqui. Talvez, não seja a toa que esta cena é considerada uma das mais românticas, no cinema, em todos os tempos.

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10 Comentários Add your own

  • 1. Flávio  |  janeiro 23, 2011 às 8:03 pm

    Oi Kamila, muito legal citar este filme. Acho que comentar algo bem retrô é um diferencial.

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    • 2. Kamila  |  janeiro 23, 2011 às 8:42 pm

      Flávio, pois é! E tem um pessoal que sempre pede para a gente fazer isso por aqui! rsrsrsrsrsrs Que bom que estão gostando! 🙂

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      • 3. Flávio  |  janeiro 23, 2011 às 9:23 pm

        Oi Kamila, acho muito legal comentar alguns filmes antigos, procuro fazer isso no meu blog de vez em quando . Desde já, te sugiro Fortress ( A Fortaleza). Talvez vc já tenha assistido , pois foi muito reprisado na tv, é sobre uma professora sequestrada com seus alunos por alguns bandidos. É possível encontrar algumas matérias, mas seu conteúdo permite boas analises. Abs

  • 4. Kamila  |  janeiro 23, 2011 às 9:51 pm

    Flávio, acho que esse eu não assisti, não! Obrigada pela dica! Abraços!

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  • 5. Weiner  |  janeiro 23, 2011 às 11:15 pm

    TARDE DEMAIS PARA ESQUECER é agridoce, mas me conquistou. O drama dos protagonista foi tocante para mim (ponto pro roteiro e as atuações carismáticas, especialmente de Kerr), e o final… ah, trágico na medida certa.
    Beijos!

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  • 6. Amanda Aouad  |  janeiro 24, 2011 às 1:09 am

    hehe, quanto a fofoca da imprensa, quem sabe a noiva conseguiu conter.

    É meloso, mas adoro esse filme. Essa cena final só me lembra Sintonia de Amor, elas comentando aos prantos “ela lá com os pezinhos durinhos e ele nem percebeu”. kkkk.

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    • 7. Kamila  |  janeiro 25, 2011 às 1:39 am

      Weiner, a Deborah Kerr me conquistou também com sua atuação. Beijos!

      Amanda, isso não justifica o furo! rsrsrsrs Sabia que “Sintonia de Amor” foi inspirado neste filme??? 🙂

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  • 8. Mayara Bastos  |  janeiro 25, 2011 às 4:05 am

    Não vou assistir a cena, estou providenciando o filme. Já faz um tempinho que quero ver. rsrs.

    Beijos e tenha uma ótima semana! 😉

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  • 9. Pedro Paulo  |  janeiro 27, 2011 às 12:55 am

    Sou suspeito pra falar de Deborah Kerr, uma de minhas atrizes favoritas… dedicadíssima ao trabalho, linda, talentosa e versátil. Nunca fez um papel de mesmo perfil seguido. Pulava de freira para mãe de família, mocinha, batalhadora, numa facilidade incrível.

    A versatilidade dela chega perto da maravilhosa Katharine Hepburn, que eu adoro de paixão, e é absoluta.

    P.S.: Kamila, gostaria que você fizesse um post dedicado a essa musa do cinema: Kate Hepburn.

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    • 10. Kamila  |  janeiro 27, 2011 às 10:35 pm

      Mayara, então o assista! 🙂 Beijos e ótima semana!

      Pedro Paulo, eu gostei muito dessa atuação da Deborah Kerr. Muito boa mesmo! Anotada a sugestão! 🙂

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A autora

Kamila tem 29 anos, é cinéfila, leitora voraz, escuta muita música e é vidrada em seriados de TV, além de shows de premiações.

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